Trabalho. Esclarecendo mitos a respeito do que as pessoas imaginam sobre pessoas com deficiência.

Esclarecendo mitos a respeito do que as pessoas imaginam sobre pessoas com deficiência.

O conteúdo desse capítulo se refere ao conjunto de questões mais freqüentemente abordadas por profissionais de Recursos Humanos, na ocasião em que se tratou da questão de trabalho e emprego das pessoas com deficiência.
O que as pessoas imaginam sobre as pessoas com deficiência? A realidade:
(...) são mais sensíveis
  • A sensibilidade é uma característica que algumas pessoas desenvolvem, tendo ou não uma deficiência. As pessoas, independente de terem ou não uma deficiência, podem apresentar diferentes limiares de sensibilidade. Aquelas que apresentam limiares mais baixos podem ser afetadas por ocorrências ínfimas do ambiente, enquanto que as que apresentam limiares mais altos, podem ser afetadas somente por ocorrências mais significativas.
  • Muitas vezes, as pessoas superprotegem, ou evitam críticas à pessoa com deficiência, preocupadas com sua “sensibilidade”.
  • Ao contrário disso, devemos tratar as pessoas com deficiência, da mesma maneira com que tratamos qualquer pessoa.
  • Quando se superprotege, impedimos a pessoa com deficiência a exercitar sua auto-análise e assim, perceber e modificar-se, naquilo em que é inadequada.
(...) são mais produtivas
  • Todo trabalhador será mais ou menos produtivo, conforme as condições que lhe forem oferecidas de capacitação e de possibilidade funcional. O mesmo se aplica ao trabalhador com deficiência.
(...) são especiais
  • A palavra “especial” passou a ser associada a pessoas com deficiência, na década de 80, com o intuito de substituir termos descritivos então usados, que adquiriram conotação depreciativa. Como o que realmente conta é a carga valorativa, associada ao termo, o termo especial, ainda carrega atualmente uma carga de desvalorização e de diminuição da pessoa com deficiência.
(...) são mais revoltadas
  • A revolta é uma reação que qualquer pessoa pode sentir, quando não consegue administrar os problemas que enfrenta na vida, lidar com suas limitações, ou enfrentar situações de frustração. Todos conhecemos pessoas com deficiência bem resolvidas, que raramente vivenciam o sentimento de revolta. Por outro lado, todos também conhecemos pessoas que não têm uma deficiência, que se mostram verdadeiros “rebeldes sem causa”.
(...) as pessoas que adquirem uma deficiência mais tarde na vida são mais revoltadas do que as que nasceram com uma deficiência
  • Os dados da realidade não mostram uma correlação entre o grau de revolta apresentado por pessoas que nasceram com uma deficiência, e as que a adquiriram mais tarde na vida. O sentimento de revolta relaciona-se com a forma com que cada pessoa administra sua relação com a realidade. Temos exemplos de pessoas que adquiriram uma deficiência quando já adultos, e que estão dispostos e prontos a enfrentá-la. Por outro lado, podemos observar pessoas que nasceram com algum tipo de deficiência e que nunca aceitaram essa condição, mantendo-se passivas, sem tomar qualquer providência para melhorá-la.
(...) são mais tristes
  • A pessoa com deficiência pode sentir tristeza, como qualquer outra pessoa, mas esta não é uma característica do conjunto de pessoas com deficiência!
(...) usam a deficiência para justificar seus atos
  • Tirar proveito de uma situação não é uma característica inerente à deficiência; e a pessoa com deficiência não necessariamente o fará. Entretanto, sabemos que algumas culturas estimulam o sentimento de piedade das pessoas, em relação à pessoa com deficiência e esta, por conseqüência, pode incorporar esse tipo de atitude em seu comportamento. Se pararmos para refletir, podemos observar que, em vários momentos de nossa vida, procuramos justificar nossos atos, utilizando nossas fraquezas como argumento. O que se faz necessário, no âmbito das relações sociais, é mudarmos essa cultura, enquanto atores sociais, em geral.
(...) são mais honestas
  • Muitos pensam que a pessoa, pelo fato de apresentar uma deficiência, é um ser “puro” e incapaz de qualquer comportamento desonesto. Tem-se, por exemplo, vagas oferecidas para pessoas com deficiência, cujo perfil engloba o requisito “ser honesto”, já que as atividades envolvidas na função ocupacional se referem a valores ou informações sigilosas.
  • Lembramos que ser honesto é uma qualidade individual, construída no processo de história de vida da pessoa. Algumas, com ou sem deficiência, comportam-se com honestidade, outras, não. Há que se avaliar cada um, a partir do padrão de seus comportamentos.
(...) não têm a capacidade de sentir atração e desejo sexual
  • O fato de a pessoa ter uma deficiência não significa que ela deixou de ser homem ou mulher, portanto, manifestarão seus sentimentos e desejos como qualquer homem ou mulher o fariam. Um grande erro é pensar que a pessoa que tem ou que adquire uma deficiência é incapaz de sentir desejos, vontades e expressar suas necessidades básicas de afeto, de contato com o outro. É equivocado, também, pensar que esse outro será necessariamente uma pessoa que também tenha uma deficiência. Isto se dá, porque mais uma vez, pensamos na incapacidade, esquecendo-nos de considerar a pessoa.
(...) chegam atrasadas ao trabalho, com freqüência
  • A falta de transporte público suficiente e adequado tem contribuído para que qualquer trabalhador chegue ao trabalho atrasado e cansado. No caso da pessoa com deficiência, especialmente a com deficiência física, isto pode se agravar, já que nem todos os municípios possuem veículos adaptados, nas empresas que servem os cidadãos. Assim, estes aspectos devem ser analisados, ao se empregar qualquer pessoa.
(...) são incapazes de roubar, de matar, de mentir
  • Qualquer pessoa pode ou não apresentar comportamentos como roubar, matar, mentir, dependendo de sua história de construção de vida, de personalidade, de valores éticos e morais.
(...) ausentam-se com mais freqüência para tratamentos de saúde
  • Uma condição importante para qualquer trabalhador é ter boa saúde. A pessoa com deficiência não é uma pessoa doente, mas pode ficar doente como qualquer outra.
(...) são feias e sujas
  • Quando se fala sobre pessoas com deficiência, a maioria das pessoas as associa com pessoas “sujas e pedintes”. Isto tem uma explicação muito clara! Por centenas de anos, as pessoas com deficiência foram mantidas fechadas em seus lares, segregadas em instituições, ou esmolando nas ruas, condições determinadas pela prática social da exclusão dessa população. Poucas eram as oportunidades das pessoas se depararem com pessoas com deficiência bem sucedidas, “limpas e cheirosas”. Este quadro está em franca mudança. É interessante observar que, ao encaminhar um trabalhador com deficiência a uma empresa, é comum nos depararmos com o espanto dos empregadores com comentários do tipo “Puxa, como ela é bonita!”, “Como ele se veste bem e é cheiroso!”.
(...) são inferiores, tem nível intelectual inferior
  • O primeiro contato com o profissional que possui algum tipo de deficiência é o de dúvida. Será que ele consegue trabalhar? Na maioria das vezes, isto se dá porque, por falta de informação, as pessoas costumam pensar que a presença de uma deficiência qualquer, vem sempre acompanhada de comprometimento mental. Isto não é verdadeiro. Há pessoas com deficiência mental, e há pessoas com outros tipos de deficiência. Para todos, há que se analisar o tipo de suporte que favorecerá seu desempenho ocupacional, inclusive para aqueles que têm deficiência mental. Há ainda que se lembrar que a deficiência mental não é um quadro único e igual para todos. O nível do comprometimento mental varia de pessoa a pessoa.
(...) são mais lentas
  • Para qualquer trabalhador, a lentidão será um obstáculo à produtividade, se ele for colocado em uma função ocupacional que dele exija rapidez. Se, por outro lado, ele for colocado em uma função na qual “a rapidez é a inimiga da perfeição”, a lentidão deixa de ser um problema e passa a ser uma qualidade.
  • Nos casos de paralisia cerebral, por exemplo, a lentidão poderá ser compensada através de mecanismos de adaptação, como no caso de se utilizar à informática.
(...) necessitam de cuidados especiais
  • A ansiedade que a falta de familiaridade produz pode levar o empregador a pensar que terá um desnecessário trabalho dobrado, especial, e que terá ainda que fazer muitas mudanças, tanto na estrutura física de sua empresa, como no comportamento usual. Nem sempre são necessárias adaptações radicais e tratamentos especiais. Às vezes, esse “tratamento especial” pode até ser exagerado e inconveniente para a própria pessoa. Cada caso é um caso, e o que se precisa fazer é identificar os tipos de suportes que podem favorecer a pessoa com deficiência, as condições que otimizem sua produtividade.
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