Lei da Cotas é o acesso ao emprego para os Deficientes

01/01/2009

Lei da Cotas é o acesso ao emprego para os Deficientes - Uma empresa de Telecomunicação do centro da Capital , conta hoje com 88 pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PNE) contratadas em seu quadro funcional. Desses, 53 são ativos na empresa e os demais aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Do grupo com mais de 100 funcionários, mais da metade é portador de uma necessidade especial. Dentre eles, 15 são cadeirantes e além de desempenhar as mesmas funções, cumprem a mesma carga horária dos demais funcionários.
 
Rosilene Garcia de Souza (35), portadora de poliomielite, é casada com um, também, Portador de Necessidades Especiais, pais de uma menina de 1 ano e 5 meses. Rosi, como gosta de ser chamada, afirma que muitas empresas contratam as pessoas PNE’s porque são obrigadas a seguir a lei. "Só se contratam pessoas com PNE por conta da rigorosidade da lei. Ou se adquire um funcionário ou uma multa. É mais fácil e prático o último item", diz aos risos.
 
 
"Eu trabalho há oito anos. Foi por meio da Associação Mato-grossense de Deficientes (Amde) que consegui esse emprego. Aqui sou tratada como os outros funcionários. Não há discriminação. Desempenho atividades como todos e sou cobrada como tal", revela.

Segundo Rosi, a locomoção de um lugar para o outro é a pior dificuldade enfrentada por eles. "Aqui na nossa empresa quando o ônibus do BusCar não vem muitos funcionários faltam ao emprego, pois não tem como vir trabalhar", conta.

Rosilene conta ainda que, outra dificuldade encontrada pelos PNE's, é a acessibilidade a locais públicos. Coisas simples, porém necessárias, como ir ao banco, a uma loja, a um supermercado. "Cadeirante sofre muito nas ruas de Cuiabá. Além de serem esburacadas, tem muito remendo. Um colega meu até disse que vai convida a mãe do prefeito Wilson Santos para dar uma voltinha de cadeira de rodas na cidade, pra ele ver como é bom", brinca.

"Sem falar nas calçadas, alias não há calçadas. Só o resto, e isso acaba tornando uma armadilha para nós. Eu quase não utilizo do transporte público, mas depoimentos de colegas sobre o assunto me levam a crer a precariedade que é. No bairro onde moro, o Jardim Leblon, nenhum dos ônibus que passam por lá são adaptados para pessoas portadoras de necessidades especiais. Muitos motoristas não respeitam e quando vêem um cadeirante não param no ponto ou então dizem que a rampa está com defeito", desabafa Rosi. 

Preconceito
"A discriminação muitas vezes parte da própria pessoa portadora da necessidade especial. Muitas delas se deixam levar pelo preconceito da sociedade, que acham que os PNE's não têm capacidade e muito menos condições de desempenhar funções como outros", afirma Valdeci Vieira de Almeida (33), também colaborador na empresa.

Portador de poliomielite desde 1 ano e seis meses, Valdeci é casado com uma pessoa que não é Portadora de Necessidades Especiais (PNE). Um convívio diário, normal e ativo. "Eu trabalho 12 horas por dia e faço os mesmos serviços que as outras pessoas da empresa. O único detalhe é que eu sou igual a um trem, só ando em linha reta", conta sorrindo.

No mercado de trabalho desde os 24 anos, Valdeci afirma que os PNE’s precisam confiar mais em si e no potencial que tem. "Muitas vezes o preconceito parte do próprio portador, em pensar que não vai consegui um emprego ou não responder as funções designadas. Em contra partida, as empresas acabam por apenas cumprir a obrigatoriedade da lei da cota e contratam apenas o número determinado de funcionários portadores de necessidades especiais, não gerando assim a verdadeira inclusão no mercado de trabalho, mas sim a obrigação de inserir esses profissionais em tal", afirma.
Fim.

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