Mesquita Júnior diz que deficientes precisam ter acesso a tudo, inclusive ao poder

25/06/2008

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) afirmou nesta terça-feira (24) que as pessoas com deficiência física deveriam ter acesso a tudo, inclusive ao poder. Como exemplo, o senador citou o caso do Senado e disse que seria "um presente dos deuses" se, ao final do seu mandato, pudesse ver implantado o acesso para deficientes físicos à tribuna e à mesa do Senado, hoje feito por meio de escadas.

Mesquita Júnior disse que, embora institucionalmente o Brasil tenha avançado nessa questão, o aspecto prático tem sido ignorado. Para o senador, as soluções concretas de acessibilidade precisam partir dos municípios, onde as pessoas moram e enfrentam toda sorte de dificuldades para se locomover e cumprir suas obrigações diárias.

- A gente não consegue avançar muito, parece que há uma barreira. Não está escrito, mas parece que a gente pode ir até um determinado ponto e dali não pode passar. O Senado avançou muito na questão da acessibilidade, mas uma pessoa com deficiência teria enorme dificuldade para exercer um mandato ou um cargo na Mesa do Senado, porque o acesso não lhe é permitido. Ela teria que ser carregada. Devemos perseverar na conquista de uma condição diferenciada - afirmou.

Mesquita Júnior sugeriu que o presidente da República convocasse os prefeitos para firmar um pacto para a realização de pequenas obras que garantam acessibilidade às pessoas com deficiência. Para isso, acrescentou, o presidente poderia reunir os ministérios da área social e reservar recursos orçamentários para essas obras, que os prefeitos se comprometeriam a realizar em dois anos.

- Um semáforo sonoro, rampas em calçadas são obras pequenas, singelas, mas que fazem uma diferença enorme para as pessoas com deficiência - frisou.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse, em aparte, que realmente não vê prefeitos procurarem os senadores em busca de recursos para a acessibilidade em seus municípios. Ela apoiou a sugestão de Mesquita Júnior, lembrando que cerca de 10% da população brasileira tem algum tipo de deficiência.

- Eu achei fantástica a sua idéia. A prefeitura da capital do meu estado, Campo Grande, está alterando as calçadas para deficientes visuais, mas apenas no centro da cidade. Isso é muito pouco - disse.

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) lembrou que, quando foi 1º secretário da Mesa, pesquisou uma maneira de melhorar o acesso dos deficientes ao Senado. Ele disse ainda que encaminhou ao Parlamento do Mercosul um projeto de resolução para unificar a legislação dos países que integram o bloco no que diz respeito às pessoas com deficiência física.

Ricardo Icassatti / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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